“Quando um animal começa a agredir, outros animais que estão próximos podem adotar o mesmo comportamento agressivo. É o que se chama efeito matilha. É um resquício ancestral e diz respeito a todas as espécies.” Frase atribuída à famosa veterinária.
Personagens:
Abel; Antonio; Mauricio e Nilton.
Abel; Antonio; Mauricio e Nilton.
Lugar:
A cena se passa em uma garagem na casa de Nilton, reformada e transformada em escritório. Escritório no sentido de um lugar para ir durante boa parte dos dias que se sucedem sem o brilho e o glamour que ele gostaria que sua vida transparecesse. O ambiente é agradável e acolhedor e lá estão grandes amigos. Amigos muito antigos que se conhecem e se acompanham há várias décadas. É um encontro regular, quase que um compromisso mútuo, de reflexão grupal sobre as experiências e as atitudes individuais.
A cena se passa em uma garagem na casa de Nilton, reformada e transformada em escritório. Escritório no sentido de um lugar para ir durante boa parte dos dias que se sucedem sem o brilho e o glamour que ele gostaria que sua vida transparecesse. O ambiente é agradável e acolhedor e lá estão grandes amigos. Amigos muito antigos que se conhecem e se acompanham há várias décadas. É um encontro regular, quase que um compromisso mútuo, de reflexão grupal sobre as experiências e as atitudes individuais.
Abel:
- Opa! Espera aí, meu! Eu não estou gostando do seu tom de voz. Você está falando de um modo agressivo. Esse seu jeito de dono da verdade (?)...
Antonio:
- É, cara! Um pouco de calma não faria mal! Você está querendo monopolizar a conversa.
Mauricio:
- Eu não queria dizer, mas eles têm razão. Eu estava querendo ouvir o Tonico. Você está um pouco “over”!
Nilton:
- Estou? Desculpe, mas eu sei o que estou falando. Vocês estão falando bobagem. Afinal, estudo esse assunto já faz tempo. Dizer que Allan Kardec é o nome de um espírito que ditou o “Livro dos Espíritos”. Isso não é verdade!
(E com um acento incerto do idioma, continua:)
O nome é: Hippolyte Leon Dénizard Rivail, ele foi um discípulo do Pestalozzi, era educador, escritor, enfim um cara sério, de posses, que se dispos a estudar, usando o método científico, fenômenos paranormais, procurando se comunicar. Estudou e elaborou um amplo questionário que enviou para diversos lugares, distantes uns dos outros, a fim de comparar as respostas obtidas pelos médiuns, naquela época ainda desacreditados pela sociedade. Foi através dessas respostas, ditadas pelos Espíritos aos médiuns e analisadas empiricamente que o Sr. Rivail, com rigor científico e parcimônia, escreveu, sob o pseudônimo de Allan Kardec, o Livro dos Espíritos, que foi o primeiro de...
Antonio:
- Olha, desculpa, mas pelo menos no livro que estou lendo não é isso... Allan foi o espírito que ditou o livro..
Nilton:
- Bobagem...
Abel:
-Porra meu! Eu não estou gostando nem um pouco desse seu comportamento!!
Mauricio:
- Nilton, é só você beber mais de uma latinha de cerveja que você se transforma, cara! Não é porque você estudou que você tem mais voz ativa na reunião dos amigos. Você não é o dono da verdade...
Nilton:
- Ok! Não falo mais! Continuem como se eu não estivesse aqui...
Os demais se entreolham e voltam seus rostos para Nilton. O primeiro com olhar cínico, o segundo sarcástico e o terceiro com escarninho. A conversa, todavia não cessa. Inicia-se, nesse momento, algo que o grupo pensa conhecer e dominar com a habilidade adquirida através de ampla experiência mútua: a análise de um comportamento inadequado.
Antonio:
- Meu, dá um tempo. Você está bem? Aconteceu alguma coisa?
Abel:
- É! Você quer contar alguma coisa para gente?
Maurício:
- Isso, se solta Nilton! Fala aí.
Como se Nilton pudesse “ver” os pensamentos, pela postura de cada um, pela forma como cada um se arrumava na respectiva poltrona, a gestualidade de todos, tudo enfim, faz com que não consiga ouvir seus amigos e, levantando-se diz:
-Mas o que é isso? “Efeito matilha”?
De dentro da casa, Cristina, mulher de Nilton, pôde ouvir a sonora gargalhada na garagem e pensou como os homens podem ser bobos quando se reúnem.
- É, cara! Um pouco de calma não faria mal! Você está querendo monopolizar a conversa.
Mauricio:
- Eu não queria dizer, mas eles têm razão. Eu estava querendo ouvir o Tonico. Você está um pouco “over”!
Nilton:
- Estou? Desculpe, mas eu sei o que estou falando. Vocês estão falando bobagem. Afinal, estudo esse assunto já faz tempo. Dizer que Allan Kardec é o nome de um espírito que ditou o “Livro dos Espíritos”. Isso não é verdade!
(E com um acento incerto do idioma, continua:)
O nome é: Hippolyte Leon Dénizard Rivail, ele foi um discípulo do Pestalozzi, era educador, escritor, enfim um cara sério, de posses, que se dispos a estudar, usando o método científico, fenômenos paranormais, procurando se comunicar. Estudou e elaborou um amplo questionário que enviou para diversos lugares, distantes uns dos outros, a fim de comparar as respostas obtidas pelos médiuns, naquela época ainda desacreditados pela sociedade. Foi através dessas respostas, ditadas pelos Espíritos aos médiuns e analisadas empiricamente que o Sr. Rivail, com rigor científico e parcimônia, escreveu, sob o pseudônimo de Allan Kardec, o Livro dos Espíritos, que foi o primeiro de...
Antonio:
- Olha, desculpa, mas pelo menos no livro que estou lendo não é isso... Allan foi o espírito que ditou o livro..
Nilton:
- Bobagem...
Abel:
-Porra meu! Eu não estou gostando nem um pouco desse seu comportamento!!
Mauricio:
- Nilton, é só você beber mais de uma latinha de cerveja que você se transforma, cara! Não é porque você estudou que você tem mais voz ativa na reunião dos amigos. Você não é o dono da verdade...
Nilton:
- Ok! Não falo mais! Continuem como se eu não estivesse aqui...
Os demais se entreolham e voltam seus rostos para Nilton. O primeiro com olhar cínico, o segundo sarcástico e o terceiro com escarninho. A conversa, todavia não cessa. Inicia-se, nesse momento, algo que o grupo pensa conhecer e dominar com a habilidade adquirida através de ampla experiência mútua: a análise de um comportamento inadequado.
Antonio:
- Meu, dá um tempo. Você está bem? Aconteceu alguma coisa?
Abel:
- É! Você quer contar alguma coisa para gente?
Maurício:
- Isso, se solta Nilton! Fala aí.
Como se Nilton pudesse “ver” os pensamentos, pela postura de cada um, pela forma como cada um se arrumava na respectiva poltrona, a gestualidade de todos, tudo enfim, faz com que não consiga ouvir seus amigos e, levantando-se diz:
-Mas o que é isso? “Efeito matilha”?
De dentro da casa, Cristina, mulher de Nilton, pôde ouvir a sonora gargalhada na garagem e pensou como os homens podem ser bobos quando se reúnem.
2 comentários:
divertido
https://www.youtube.com/watch?v=dvBa7NAt1Zs
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