terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A paz das Peônias

No princípio não me chamou muita atenção. Um fato curioso, é verdade. Mas, distante de minha realidade, longe de meus problemas. Sem muito que fazer, no entanto, quase que automaticamente, posicionei o mouse e pressionei o botão sobre o link que me levaria ao caso.
Na tela apareceu a seguinte noticia:

Dezessete peônias nascidas de sementes que orbitaram a Terra em 2002, a bordo da nave Shenzhou 3, começaram a florescer dois anos antes do que ocorre com as "terráqueas", segundo a edição desta terça-feira, 17, do jornal China Daily - "As peônias crescem também com mais vigor, talos mais grossos e óbvias características genéticas hereditárias", disse Sun Jingyu, especialista do Jardim de Peônias de Chaozhou, na província de Shandong.

Mais do que a curiosidade de saber qual a aparência de uma peônia que, pelo que me lembrava, jamais tinha visto, fosse ao vivo ou em fotografia; com a mente livre e vazia de qualquer atribuição e sem nenhuma obrigação momentânea, comecei a pensar naquelas sementes vagando na estratosfera, com a terra azul por cenário, sem o fator gravidade e, especialmente, envoltas no mais absoluto silêncio cósmico.
É misterioso o modo como se desencadeiam nossos pensamentos!
Em seguida me veio à mente um gesto que já fiz em varias ocasiões - e ainda hoje me pego fazendo às vezes se ninguém está vendo – quando me sinto acuado e sem saída, em situações difíceis: estico meus braços em direção ao céu e me imagino subindo como um foguete para bem longe, no além.
Sem qualquer controle sobre meus pensamentos, me vi filosofando: Será que as peônias ficaram mais fortes quando trazidas de volta, em razão desses momentos que tiveram longe de tudo, por terem vivenciado essa paz completa, mesmo que breve, mas plena? Será que se meu desejo de alçar vôo, nessa trajetória de fuga, fosse, por absurdo, atendido e se eu fosse como que abençoado por essa sensação de paz e plenitude, mesmo que breve, também eu voltaria mais forte para crescer? Será que tudo o que precisamos não é um momento só nosso, mesmo que breve?


PS: Abaixo, para aqueles que ficaram curiosos, uma ilustraçãode uma peônia que achei em um site sobre flôres.

Mas, essa é uma "terráquea"!

3 comentários:

Anônimo disse...

Salve, salve!
Temos mais um blogueiro na blogosfera. A vantagem é que a média da qualidade vai subir.
Seja muito bem vindo meu amigo.
Já assinei o feed e acompanharei o Mezzo Alicce - Mezzo Mozzarella, mesmo tendo que admitir, prefiro Margerita. ;-)
Abraços e sucesso,
Nelson

Melina Tandaya disse...

Bom, como já te disse, vou comentar com calma...preciso de mais tempo para ser boazinha, de qualquer forma, acho q é um começo...
Minhas primeiras palavras são: esse blog tem a sua cara... rsss. beijos, Melina
Obs: Dessa forma não atrofia!

Lilia Tandaya disse...

É... essas peônias são de inicio curiosas... e se estão na paz, Uau... o q são elas afinal? Ah, flores, e já ia querendo saber da imagem qdo ufa ela apareceu... Muito bom!!!
A paz cosmica me parece utopica, na nossa realidade acho q a maioria das pessoas nem conseguem viver no silencio... vão logo atras de som... tomara q seja um bom, uma boa musica... solidão então não é para muitos mesmo... Acho q em vez de crescer ou ficar mais forte com a paz e o silêncio a maioria definharia na angustia...
Já eu talvez tenha alguma semlhança com a peônia... ou talvez o motivo do vigor não seja nem a paz nem o silêncio...